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Escrito em 22/06/2017 por Fúlvio Costa

“Histórias não contadas” da Igreja em Goiás, por mons. Nelson Rafael Fleury

O livro pode ser encontrado no Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPHBC), no Setor Universitário

Imagem Homilias
Mons. Nelson concedeu entrevista na sala de confissões da Catedral Metropolitana. Fotos: Rudger Remígio

Na última reunião do clero arquidiocesano, realizada no dia 15 de dezembro do ano passado, o vigário da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Catedral), mons. Nelson Rafael Fleury, 89 anos, lançou o livro Histórias não contadas, da série memória religiosa, publicado pela Editora PUC Goiás. A obra, que está em sua segunda edição, foi relançada em homenagem à vida do autor, pelos seus 66 anos de sacerdócio, por ocasião do Jubileu de Diamante da Arquidiocese (1957-2017) e pelos 80 anos de criação da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Catedral).

Entrevistado por este jornal, na sala de confissões da Catedral, onde tem dedicado a maior parte de sua vida sacerdotal nos últimos anos, o autor fez questão de, primeiramente, agradecer o arcebispo Dom Washington Cruz “pela delicadeza” de publicar esta segunda edição do livro, que foi dado de presente aos padres da Arquidiocese. “Nosso arcebispo quer que os padres, ao ler este livro, se sintam estimulados pela descrição que eu faço da minha vida sacerdotal durante os dez primeiros anos de ministério na Arquidiocese de Goiás e, posteriormente, na Arquidiocese de Goiânia”. Mons. Nelson confirmou que escreveu a obra para contar a sua trajetória sacerdotal, começando pelos seminários por onde passou, os estudos que fez e, após ordenado, o caminho pastoral que trilhou nas paróquias, no magistério, e em tantas outras tarefas.

Entre todas as atividades e missões pastorais que assumiu desde que foi ordenado em 1950, mons. Nelson se orgulha de ser da primeira geração de padres da Arquidiocese. “No livro, eu quero contar aos padres novos como era a vida no século passado, as dificuldades que enfrentávamos. Não havia automóvel e nós percorríamos longas distâncias a cavalo, imbuídos da única missão de levar a mensagem de Nosso Senhor, para a salvação dos nossos irmãos, a fim de fazer crescer a Igreja de Cristo”. 

Eu fui ser padre por causa dessas pessoas que deram testemunho de vida e me motivaram

Na época em que estudou, mons. Nelson teve de passar por vários seminários. Primeiro ele estudou no Seminário Menor de Mariana (MG), em 1939; em seguida, no Seminário Santa Cruz, na época, em Silvânia (GO), em 1940. Estudou Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo (SP), em 1944; e, por fim, Teologia, no Seminário Maior São José, em Mariana (MG), de 1945 a 1950.

Com o livro nas mãos, o autor comenta que seu trabalho alcançou as mais longínquas comunidades do estado de Goiás, incluindo Pirenópolis, sua terra natal, onde foi pároco. Ele esteve também em Itumbiara, Orizona e Itauçu. 

No capítulo 7, o livro apresenta os Heróis Autênticos, que são os vários padres que passaram pela sua vida e contribuíram muito para a Igreja de Goiás. É aí que ele destaca os diretores espirituais que teve no seminário: “Eles me garantiram a vocação sacerdotal. Quando fui ser ordenado, eu disse ao meu diretor espiritual que queria muito ser padre, mas que não ia conseguir cumprir o voto de castidade. Ele então me mostrou o breviário e disse que, no mesmo dia em que a Igreja pede o compromisso do celibato, ela me coloca nas mãos o livro de orações. O diretor me explicou que, se eu fosse um homem de oração, venceria todas as tentações e seria um bom padre. Foi por isso que criei coragem e consegui. O padre é um homem de oração. Só assim ele consegue viver nos caminhos de Deus. Eu fui ser padre por causa dessas pessoas que deram testemunho de vida e me motivaram”, contou. Entre elas está Dom Abel Ribeiro Camelo, que foi o bispo que recebeu mons. Nelson no seminário. Ainda na leitura, é possível dar boas risadas com as histórias de encontros e convivências do autor com o povo.

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