Igreja e Islã: amizade fortalecida
As duas religiões escolheram compartilhar valores como a condenação de toda forma de intolerância
Alguns dias após a viagem do papa aos Emirados Árabes Unidos (entre os dias 3 e 5 de fevereiro), uma delegação daquele país informou ao Santo Padre no Vaticano sobre os primeiros frutos da Declaração sobre a Fraternidade Humana, assinada em 4 de fevereiro com o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad al-Tayyib. O documento escolhe como língua comum “a cultura do diálogo”.
O ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, xeique Abdallah Bem Zayed Al Nahyan, enfatizou: “Quem dentre nós poderia ter imaginado que dois símbolos dessa magnitude teriam superado todos os obstáculos para selar um documento de reconciliação em um mundo marcado por oposições políticas, incitação ao ódio, à violência e ao extremismo?”
As duas religiões escolheram compartilhar valores como a condenação de toda forma de intolerância, o apelo aos governantes para garantir a liberdade e os direitos e impedir o derramamento de sangue inocente, o respeito às mulheres, à vida, à expressão da fé pessoal e à “casa comum”. O ponto de partida foi indicado pelo papa aos repórteres no voo de retorno de Abu Dhabi: “Se nós, crentes, não somos capazes de nos dar a mão, de nos abraçarmos, beijarmos e até rezarmos, a nossa fé será derrotada”.